domingo, 31 de maio de 2009

Do Céu





O olhar da C. iluminou-se quando percebeu que ía fazer um voo nocturno "no meio de um céu estrelado" como ela declarou.
O Boeing 747 descolou de Amsterdam e, na linha do horizonte, um pôr do sol espalhado pelo infinito... as horas foram passando sem nunca termos dado pela noite porque a madrugada já despontava. Pareceu uma eternidade.
O sol não veio. Um céu carregadíssimo até a noite cair sobre Xanghai.

Pelo sim, pelo não, tivemos de preencher um inquérito sobre o nosso passado recente e o futuro próximo por causa da epidemia da gripe A(H1N1).
Não escapámos à medição da temperatura.



Xanghai é uma cidade em constante movimento quer seja de dia como de noite. A nossa primeira noite vai ser servir para reorganizar os fusos horários.

...

Devido ao facto da China ser um país de regime autoritário, não consigo aceder directamente ao meu blog.
Para consultar as fotos, basta ir ao flickr.
Apesar de hoje ter conseguido escrever, podem passar dias sem que eu consiga aceder ao blog novamente... voltarei a publicar novidades assim que possível. Até breve

sexta-feira, 29 de maio de 2009

O Trevo de 4 Folhas







As malas estão praticamente prontas.
Levo um pão caseiro, chouriço, azeite, chocolate e demais iguarias portuguesas.
Levo a revista MUDE por ser a novidade na banco como o jornal i.
Levo o trevo de 4 folhas para desejar sorte, um gesto simbólico, mas que quer ser dado com todo o carinho, porque os amigos ousaram aventurar-se em terras tão distantes à procura dum lugar para dar asas às suas criatividades.
Levo a C. e as duas vamos partilhar um pedaço da nossa aventura. A escola fica para trás para uns tempos, tempo para novas descobertas, porque isso também é escola.
Ela e eu, levamos o moleskine para anotar, desenhar ou colar as fotos da nossa viagem, para mais tarde recordar.
Levo livros infantis em português, para que o S. não esqueça a língua materna e para que a C. possa ainda lhe contar umas histórias aquando da nossa estadia.
Pelo sim pelo não, levamos as máscaras porque vamos cruzar alguns aeroportos e que ainda se fala na gripe A (H1N1).





O trevo como as outras coisas que levo e que são surpresas, encontrei-as na Empório.
A Empório é antes de tudo a loja em que no sábado, dia 20 de Junho festejarão o seu meio ano de existência. Cada mês é dedicado a um tema e para a ocasião, o Sr. Marcelino e o filho, o Sr. Carlos virão falar sobre o que é ser tipógrafo, a vida duma tipografia... os donos da Tipografia Viseense, adquirida em 1969, farão a seguir uma visita guiada por aquele espaço, um mundo peculiar, com cheiros característicos.
E como eu, poderão descobrir carimbos, zincogravuras, algumas em placas de cobre. Lindo!
Será às 15 horas.

Empório
Rua Silva Gaio, 29
3500-203 Viseu
Tel: 232 416 473
www.projectopatrimonio.com

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Last Supper



É uma caixa.
É um livro.
Ele é o Pinóquio.
Uma verdadeira surpresa.

Foi Tartine à Soupe que me deu a conhecer Mieke Willems.

Encontrei-o aqui.





A M. gosta de ler. Ela devora literatura.
Há dias, disse-me: "Eu farejo as palavras", enquanto apanhávamos frutos vermelhos no jardim.

Last Supper Box
Koji Arai
Tokyo-Antwerpen, 2006

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Os tecidos



O quilt representa a sinopse dos 4 workshops da Rita.
Descobri que o tecido é o elemento motor no meu trabalho, para além do esquema escolhido.
Descobri que há tecidos com os quais não consigo trabalhar. Uma birra à volta das cores berrantes impediram-me ir mais além na criatividade. Senti-me frustrada.
Retomando os tecidos em amostra, consegui acabar o patchwork a tempo de o alcochoar à maquina.
Não restam dúvidas, o trabalho não é o mesmo e continuo a achar que uma manta alcochoada à mão, tem muito mais encanto.



O "capricho" à volta do tecido foi reflexão de fim-de-semana.
Acho tão importante ver e apalpar o tecido. Há lojas on-line, fiéis na tonalidade dos seus tecidos, outros nem tanto. É por isso que muitas das vezes hesito na compra de alguns.

Gosto de entrar em retrosarias de outros tempos, para encontrar tecidos antigos como a pequena descoberta do Opal (espécie de tecido em algodão). Não sei praticamente nada sobre este tecido, mas adorava saber mais, adorava encontrar mais uns metros!

Gosto também de ver os ventos mudarem e cruzar-me com tecidos como os do Kaffe Fassett a encher o canto de uma prateleira, assim aconteceu em Viseu, na retrosaria do Sr. Manuel.
Uma nova aposta nos tecidos de algodão, "um tiro no escuro" como diz ele.
O Sr. Manuel nunca tinha ouvido falar em patchwork ou quilting. Louvo a iniciativa, porque sem saber, ele devolveu-me um sorriso a este comercio de rua onde já só ia comprar as linhas.



Mavimodas
Rua da Paz, 4
3500-168 Viseu
Tel: 232 437 795

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Conservar (I)

Este primeiro método de conservar aplica-se somente aos doces.
Digo, os doces e não às geleias ou outros tipos de métodos de conservar legumes ou frutas em caldas. Voltarei a falar deles durante o Verão.





O método mais simples, consiste na reutilização de frascos de vidro de recuperação.

Os frascos terão de estar prontos, ante da confecção do doce, esterilizados e secos.
É importante prever o número de frascos necessários; um quilo de fruta e um quilo de áçucar representam mais ou menos um quilo e setecentos gramas de doce.

Um frasco mal lavado pode originar bolor ou podridão.

Quando o doce está pronto e ainda quente, enchem-se os frascos até ao topo, com a ajuda duma concha em metal inoxidável.
Limpar o bordo com um pano limpo e seco.
Colocar a tampa e virar os frascos de "pernas para o ar" até o seu completo arrefecimento, para desta forma, criar um vácuo.
O volume do doce diminuirá ligeiramente.

Para as geleias, o processo é idêntico, enchem-se os frascos a quente mas fecham-se a frio.

Estes frascos conservam-se ao abrigo da luz, numa arrecadação ou num armário.

Utilizo este método para sobretudo oferecer os doces aos amigos, porque é muito fácil para transportar.
Na arrecadação, ainda tenho uns poucos frascos de doce de laranja amarga do ano de 2006.

O método que mais aprecio tem mais a ver com a estética, pois tenho uma admiração por frascos antigos de doces do século XIX. Mas em breve voltarei a falar neste outro método de conservar.



E porque vejo os frascos de "pernas para o ar" partilho convosco o paper piecing que vou levar amanhã para o workshop da Rita. Estou curiosa de saber como se acolchoam estes hexágonos!

quarta-feira, 20 de maio de 2009

O Doce de Morango



Ontem uma vizinha ofereceu-nos lindos morangos do seu quintal, um bom quilo deles.
Para mim são os melhores morangos. Nada a ver com os morangos do supermercado que deixamos de comprar há já muitos anos, porque uma das razões é não terem sabor nenhum.

Ter morangos, dá muito trabalho e os que temos no nosso jardim nunca chegam à casa.
As crianças rivalizam com os pardais!

Do quilo de morangos, estou a fazer o doce que será conservado para comer durante o Inverno.
A receita não dá muito trabalho, mas leva mais de 24h para ser finalizada, porque assim guarda todo o sabor do morango. Nada mais agradável do que sentir o seu perfume fora da sua época.



Aqui vai a receita:

Para um quilo de morangos, 800 gr. de açúcar cristalizado.
Depois de lavar, secar e tirar o caule, colocar numa bacia e por camadas, alternar os morangos com o açúcar. Deixar descansar durante 24h no frigorífico.
Colocar num tacho e deixar ferver durante 10 minutos.
Retirar os vestígios de espuma.
Colocar novamente o doce numa bacia e deixar em repouso mais 12h. A seguir, acabar a cozedura deixando ferver uns bons 5 minutos.

Esta receita em particular, deixa todo o aroma dos morangos.

Quanto aos diversos métodos de conservar, muito em breve dedicarei umas páginas sobre o assunto.

segunda-feira, 18 de maio de 2009

O Festim



Dias antes, já havia sinais...
Ele tinha ido fazer as compras e sem dizer nada a ninguém, comprou duas embalagens de mascarpone e biscuit à la cuiller.
Ontem, sem ele dar por isso, fizemos-lhe o tiramisú porque tem de ser feito de véspera e para enganar os cheiro e os vestígios de açucares, ovos e demais, ainda fizemos um bolo mármore para o pequeno-almoço.
Hoje, são os anos do Papa Filou.
A única coisa que ele realmente deseja é estarmos todos juntos.
Não há cantina para as meninas, portanto haverá um verdadeiro festim em casa!

sexta-feira, 15 de maio de 2009

1 de Junho

A partir de hoje, há aventais disponíveis aqui, a pensar no Dia Mundial da Criança.



Em casa, o avental tem muita importância.
Ele veste-se para contar uma história. Sobretudo a história do momento. Por isso, temos muitos aventais cada um para sua ocasião.

Há o avental para apanhar cogumelos.
Há o avental que substitui o tradicional bibe.
Há o avental para pintar, para cozinhar, para jardinar, para soprar velas...

O avental também pode ser visto como o complemento feliz numa peça de vestuário.
São aventais que se querem sujos, sim, com vida de pequenos artistas!



From now on, aprons will be available here, having in mind the World Children's Day in Portugal (June 1st) or elsewhere, each country with its different dates to celebrate the occasion.

At home, the apron is of major importance. You wear it to tell a story, mostly the story of the moment. That's why we have many different aprons, each fit for the right occasion.
We have one to go mushroom picking, one which does the role of the traditional bib, and we also have the right apron to paint, cook, do the gardening, blow your candles ...
The apron can also be seen as the right complement to go with your clothes.
Right!
They are aprons you would like dirty yet lively, as you would expect from little artists.

...

Partilhar Museu de Arte Popular. Participa!

terça-feira, 12 de maio de 2009

Há manhãs...





Há manhãs tão violentas que destroçam a doçura do sonho, a doçura da noite.
Há manhãs em que a beleza tem contornos menos próprios.
Foi esta manhã.
Num ritual diário pela madrugada, saudando a natureza, descubro horrorizada sete dos oito patos espalhados, mortos pelo jardim fora. Obra duma raposa.
Há olhares que não conseguem ver, olhares que não conseguem apagar da memória a imagem produzida.
E o dia vai já longo...
Foi esta manhã.
O sino da capela também tocou. Para anunciar a morte.
Fosse antes um toque para a celebração da vida.
Foi esta manhã.

domingo, 10 de maio de 2009

Sem dúvida!



Não se deve julgar.
Que o Amor existe... sem dúvida!
Foi ontem, na revista do novo jornal i



(Para ler o excerto do texto "Último Volume" de Miguel Esteves Cardoso basta ampliar a foto).

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Taleigos

Há uns dias atrás, uma senhora bateu à porta de casa para partilhar comigo uma herança recebida há já uns anos largos.
Três taleigos.
Grandes.
Muito usados e com tantas histórias para desvendar, como este cujo bordo foi feito com tecido africano. E a senhora confirmou que quem o fiz tinha tido um irmão no antigo Congo Belga e costumava trazer tecidos de là, para as irmãs. Hoje, desta humilde herança, os taleigos servem para guardar a alfazema, o feijão e outros legumos secos. Aliás, sempre serviram para isso.





Faço taleigos.
O taleigo é também onde exercito as diversas técnicas do patchwork, dando-lhe um fim feliz.
O taleigo hoje serve para tantas coisas, como para guardar o pão, arrumar melhor meias de vidro durante uma viagem. É uma espécie de gaveta para melhor proteger o que nele queremos guardar.
Há o taleigo para guardar os sapatos, para o croché, como lhe dá uso a Chuculeta con Raton.
Há taleigos grandes.
Também há pequenos para transportar, entre outros exemplos, colares, pulseiras, objectos de toilette, eu sei là...

Faço taleigos.
Porque um dia, quando tiver maior experiência e maturidade nestas técnicas, quero aproveitar um dos padrões propostos neste livro, tão bem descrito aqui, com inspiração nos azulejos.
Nesse dia, espero que não será um taleigo mas um pequeno painel, digno de colocar na parede.

E por falar em livros, hoje apetecia-me estar aqui.

terça-feira, 5 de maio de 2009

É tempo!



A C. veio almoçar a casa.
Uma pausa nas tarefas a que a época nos obriga e em que sabe tão bem estar no jardim.
Momentos privilegiados em que pai e filha exercitam os dotes do jogo de xadrez, porque é preciso praticar para arranjar estratégias na vida. Aprendizagem lenta, mas acreditamos ser também um exercicio mental e uma excelente escola.



Do jardim, não vejo o fim, mas vou fazendo, dando prioridade à apanha das cerejas, antes que os pássaros as comam, o mesmo para os morangos.
Colhi igualmente o estragão para secar.
E a ciboulette é tanta que fará um bonito ramo, como as do ano passado.

domingo, 3 de maio de 2009

Coração nas Mãos



Não são precisas palavras, para tanto Amor!







Mais aqui!

sexta-feira, 1 de maio de 2009

As Maias



Depois das mimosas, das giestas brancas, as giestas amarelas inundam a nossa paisagem.
Sinal de terras autrora cultivadas, hoje abandonadas, a paisagem convida o poeta a clamar poemas.

E apesar da desertificação, a tradição das Maias mantem-se muito viva.
Ao cair do dia, ainda fomos apanhar um braçado delas para colocá-las à porta das casas, como costume da nossa terra.

As Maias significam abundância para o próximo ano e o afastamento do carrapato, símbolo do mau-olhar.