domingo, 31 de janeiro de 2010

O alfaiate







É o alfaiate de Meruge que vem às casas, como há 50 anos atrás, vinham os seus antepassados.
Dantes costumavam passar nas aldeias de carroça, hoje vem de carrinha com encomendas feitas.
Ele passa por cá aos domingos, como durante a semana também passa o padeiro, o peixeiro e o talhante.
Bateu à porta, com a fita ao pescoço, porque vem cá para fazer um capote alentejano e umas calças de surrobeco, tradicionais dos pastores.
E assim estes alfaiates foram vestindos as pessoas da terra de geração em geração, desde tempos imemoriais.

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Culinária do Minho

Antes de prosseguir, queria agardecer os numerosos comentários relativos ao post anterior.
Penso que a melhor forma de nos conhecermos é através da imagem que os outros vêm de nos próprios, no espelho.



Também gosto de ler. Não leio tanto como eu gostaria, mas não me queixo. Todos os dias, leio capítulos que a M. vai escrevendo; praticamente todos os dias leio uma história para elas antes de se deitarem; tento ler todas as noites as 3 primeiras páginas do próximo capítulo dum livro qualquer.
Mas livros há muitos e também gosto de pegar em livros culinários, sobretudo como este, do Alfredo Saramago, onde faz uma introdução à história da alimentação no Minho com receitas interessantes. "Falar das características que deram uma identidade ao Minho é falar da sua história, povoamento, agricultura, usos e costumes. É falar de uma terra mágica, uma terra que sempre foi fecunda para plantas, animais e homens. Esperamos poder continuar a celebrar a alimentação do Minho, porque uma cozinha, no dizer de Braudel, pode evocar uma civilização inteira."



Hoje ao almoço confeccionou-se filetes de polvo com arroz de netos, que são os segundos rebentos de uma couve que vieram da horta.

Antes de fechar o livro quero elogiar o grafismo e as lindas fotografias da autoria da Inês Gonçalves.

Cozinha do Minho
Alfredo Saramago
Fotografias de Inês Gonçalves
Assírio & Alvim, 2000

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

???



As minhas filhas fizeram o meu retrato a três mãos.
Elas vêm-me assim.
E vocês, como me vêm a mim?
O que é que Xuxudidi et plus encore vos sugere?

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Mini-sacos





Acabei de realizar uns mini-sacos para transportar acessórios, relógios, jóias...
Alguns já estão disponiveis na loja e aproveitei para renovar o stock de tête de nègre. Estes últimos são feitos à mão, em linho puro, com um pequeno appliqué para lembrar que não tardará a chegada da Primavera. Hoje a 20 de Janeiro, uma hora por inteiro e quem bem contar, hora e meia vai achar.



segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Dia chuvoso... no Porto!







Fui ao encontro do que o Porto tinha de melhor para me oferecer neste dia chuvoso.
Dei de caras com A Vida Portuguesa, num lindo edifício que outrora albergava textéis.
Fui ao encontro da Lopo Xavier, da Ovelha Negra mas foi no Armazém dos Linhos que tive uma conversa muito interessante sobre chitas e as suas origens, enquanto comprava linho puro. Conversa essa que teve de ser interrompida para um delicioso e requintado almoço na excelente companhia da Fernanda.
Não fosse a chuva, o Porto teria tanto para ser fotografado.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Bom fim-de-semana!



Falta-me a luz para fotografar, para partilhar dos meus novos projectos.

Em jeito de desejar um bom fim-de-semana, deixo aqui um bonito conto infantil também para os mais grande ouvir e, vale a pena, até o fim.

Quem saberá re-escrever este conto de quem diz não ter este dom?

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Andar a caça de





Faz um ano que não voltei a dar as minhas longas caminhadas. Levei um valente susto.
O tiro zumbiou não muito longe de onde me encontrava e percebi que à quinta-feira e ao domingo mais valia não sair.
De casa, ouvem-se tão bem os tiros de caçadeira e pergunto-me o que ainda haverá para caçar. O campo parece tão deserto, mas o roubo das raposas nas nossas capoeiras, é um sinal.
Aquando da nossa estadia em França, durante uma caminhada pela floresta, fomos surpreendidos por caçadores que íam montar uma batida para a caça ao javali e gentilmente, convidaram-nos a dar meia volta.
Senti-me literalmente "caçada"!

E depois houve o Dia de Reis.
O pai dum colega de turma da M. bateu à porta para nos oferecer umas perdizes porque há muito que o pobre do rapaz sonha com a minha receita de "choux à la crème".
Isso é que é andar à caça de ...

Nos anos 30, o bisavô Sebastião ía à caça com outros homens da aldeia. O motivo não era propriamente caçar, mas sobretudo pretexto para grandes rambóias onde toda a gente era convidada.
A caça era sinónimo de grandes festanças populares!
Tudo isso desapereceu!

"Qui va à la chasse perd sa place"!

domingo, 10 de janeiro de 2010

Quilting Bee (IV e V)



Do mês passado fiz dois blocos, um "nine-patch" e um "mawerick star" cujo tutorial pode encontrar aqui.

O mês de Janeiro é o da Fernanda, com um bloco de 41 cm já feito e enviado, e o meu.
Como é uma manta que ficará em casa, pois as regras do jogo são claras, não poderá ser vendida, somente oferecida, leiloada ou para nós, optei por não comprar tecidos e usar os retalhos da casa.
Confesso, gosto do patchwork à portuguesa, mas a possibilidade de adquirir um é tão remoto que o "Quilting Bee" abriu-me essa porta.
Tal como na história do patchwork, os tecidos têm um passado.
Embora pensava dar-lhes um outro fim, (sonhei durante muito tempo que faria a minha própria manta de retalhos num tear) os tecidos que agora mandei para o grupo são pedaços de vestidos das minhas filhas, retalhos de outras tantas roupas.
Enviei para cada uma das colegas, um pano cru de 25 x 25cm onde espero ver aplicada a técnica do "Foundation Piecing" e à escolha, fazer um "log cabin" ou simplesmente linhas oblíquas.
Agora, é só aguardar até ao final do mês para receber os 14 blocos de volta, para depois, pacientemente juntá-los e alcochoar a futura manta à portuguesa de casa.

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Se não fosse



Se não fosse a C., nada daquilo que vou contar existiria, nem a coroa... esta coroa em particular.

Em Outubro e à revelia de todos, escreveu um email para a sua revista de eleição para propor uma reportagem. O sonho dela era ver, assistir, interrogar sobre como se fazem uns filmes de animação.
Passado uns meses e um pouco acima da hora (dos nossos compromissos ocassionais) a revista respondeu-lhe que não podiam satisfazer o seu pedido mas que, se aceitasse poderia assistir às dobragens do filme "Artur e a Vingança de Maltazard" e entrevistar o Pacman (dos Da Weasel) neste novo desfio.
Louca, feliz por enfim responderem à mensagem, disse que aceitava mas na condição de levar também as irmãs.
O contacto estava feito e só a partir daí é que ficámos a saber do projecto da C.

Se não fosse o sentido da partilha, da generosidade dela, tudo poderia ter parado aí.
Mas confesso que a determinação e a alegria de "conseguir", no sentido mais puro, demoveu-me. Devo também acrescentar a simpatia de toda a equipa envolvida neste projecto.

Se não fosse eu ver o regresso delas depois dum dia excepcional com o super símpatico Pacman...
Se não fosse a reportagem agora publicada e presente nas bancas...
Se não fosse... pois, teria eu feito este ano a coroa para nomear o rei ou a rainha.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

De madrugada

Já perto da fronteira, quando esfregavam os olhos, perguntaram: "já chegamos?".