
Olho pelos animais todos e penso nos verdadeiros troféus que a J. nos habitou a trazer para a casa, todas as quintas-feiras.
Uns perderam-se, outros já estão partidos, salvam-se alguns e hoje sorrio.
No princípio do ano lectivo anterior, quando entrou para o 1º ano, vimos rapidamente (bastaram os dois primeiros meses) uma menina, tal uma bonita flor, a murchar. Ela não se adaptava e apesar de registar a informação dada, era incapaz de se concentrar mais de 10 minutos.
Da menina sempre tão alegre, sempre com tanta energia, vimos uma depressão instalar-se.
Foi rejeitada pela pequena comunidade e não fiz uma amiga.
No princípio deste ano, acabou por ser seguida pela psicóloga, seguida da terapeuta da fala, para mais tarde (faltava um mês para o fim das aulas) ser vista pela pedo-psiquiatra e ser medicada.
Além de recomandar a mudança de escola para este novo ano lectivo, foi (e ainda é) intensamente seguida por uma pedagoga.
Uma grande dose de cavalo, mas foi em princípio de Agosto que voltamos a reencontrar uma menina com o seu grande sorriso e com o seu pleno de energia.
Mudou de escola.
Ela quer ir para a escola!
Continua medicada, e todas as quintas-feiras, entre outras consultas, vai a terapeuta da fala.
Estes troféus são tão importantes como colocar de novo a auto-estima da J. para cima.
Quanto a mim, confesso que as viagens são muito cansativas. Percorro 80km para là, 80km para cá, numa estrada (IP3) que considero muito perigosa e requer muita atenção.
Quando estou nas salas de espera, sou incapaz de ler. A mente está dispersa e revivo o filme da viagem.
Encontrei no tricot, a solução ideal para estas longas esperas.
E embora eu esteja sempre a recomeçar a minha meia, porque de facto tenho um pequeno problema linguístico, e nem tudo vem no diccionário, encontrei uma forma de canalizar o stress, as preocupações e abstrair-me do espaço onde tenho de estar, a espera de poder levar a J. de volta para a casa.