quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Andar a caça de





Faz um ano que não voltei a dar as minhas longas caminhadas. Levei um valente susto.
O tiro zumbiou não muito longe de onde me encontrava e percebi que à quinta-feira e ao domingo mais valia não sair.
De casa, ouvem-se tão bem os tiros de caçadeira e pergunto-me o que ainda haverá para caçar. O campo parece tão deserto, mas o roubo das raposas nas nossas capoeiras, é um sinal.
Aquando da nossa estadia em França, durante uma caminhada pela floresta, fomos surpreendidos por caçadores que íam montar uma batida para a caça ao javali e gentilmente, convidaram-nos a dar meia volta.
Senti-me literalmente "caçada"!

E depois houve o Dia de Reis.
O pai dum colega de turma da M. bateu à porta para nos oferecer umas perdizes porque há muito que o pobre do rapaz sonha com a minha receita de "choux à la crème".
Isso é que é andar à caça de ...

Nos anos 30, o bisavô Sebastião ía à caça com outros homens da aldeia. O motivo não era propriamente caçar, mas sobretudo pretexto para grandes rambóias onde toda a gente era convidada.
A caça era sinónimo de grandes festanças populares!
Tudo isso desapereceu!

"Qui va à la chasse perd sa place"!

3 comentários:

rita pinheiro disse...

Eu adoro dar caminhadas no campo, mas já sei que em certos dias nem pensar. É assustador ouvir os tiros no mato quando não vês ninguém à nossa volta.
Na zona onde que eu moro, o campo está praticamente todo ocupado com coutadas de caça e o chão coberto com cartuchos - coisa altamente poluente.

Ana V. disse...

O meu avô também era caçador mas segundo conseguimos apurar era um caçador que gostava mais da rambóia do que caçar.
Felizmente nunca me deparei com situações de tiros perto mas deve ser assustador.

A caça devia ser limitada só aos coutos onde os donos são obrigados a fazer a reprodução das espécies.

Wicca disse...

LOL
Cá é mais "Quem vai ao mar, perde o lugar"
Cá a pesca tem mais expressão que a caça ;)