sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Uma semana, não é nada.

7 dias, é imenso!

Taleigo #02

É o tempo que elas estiveram fora de casa.

"Maman, hoje estás triste ou contente?"

Durante uma semana foi assim.
A primeira das rotinas quebradas foram as refeições. Deixar de me preocupar com o dia de hoje e do dia de amanhã. A segunda, inerente à primeira, foi deixar de acordar tão cedo para que o pequeno almoço estivesse pronto.
De resto, a tristeza invadiu a casa. Um silêncio que mal soube apreciar.
Fomos dar uma volta até . O lema era embriagar-se de outras culturas, distrair-se.

Regressamos ontem para deixar o cabaz; hoje, rumo a Lisboa com os taleigos que fui fazendo, e outras coisas mais, para apresentar na Feira Artesanal de Mafra, este fim de semana.
Vou, rumo a Lisboa, e um coração cheio de saudades para abraçar as minhas filhas.

Uma semana, não é nada. 7 dias, é imenso!

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Salamanca

Fomos deslizando pela estrada que liga à Europa. Quilómetros de sobredos, quilómetros de terras de cultivo, quilómetros de estrada sobre um ceú azul, horizontes dourados.
Salamanca.

...

O cabaz

Foi sempre assim e penso que será sempre assim.
Das nossas viagens, grandes ou pequenas, trazemos sempre um cabaz de produtos regionais, livros ou outros. Coisas que dificilmente encontraríamos por perto.

Desta viagem relâmpago a Salamanca, trouxemos das nossas voltas pelos mercados municipais, enchidos, vinhos e queijos... iguarias regionais.
De lado, ficou o peixe e os legumos que devido ao calor seria dificil trazer para casa.
Mas fiquei deliciada pela agitação dos mercados, da simpatia própria dos comerciantes (relambrando o que há largos anos eram o Mercado da Ribeira e o Mercado do Bolhão, ambos lugares destinados actualmente a extinguir a vida própria das cidades, sendo elas Lisboa, Porto e tantas outras pelo país fora). O mercado continua a ser o centro bem vivo dos bairros envolventos.

Sair de Salamanca, sem esquecer o chocolate feito por artesões e o outro chocolate, aquele que se toma de madrugada adentro com "los churros".

...

A mesma estrada, com a mesma paisagem, aquela que vai até a ponta da Europa, onde o sol se deita, onde o mar começa.
Cruzámo-nos com todos aqueles que um dia deixaram Portugal a procura de melhor e que findo o verão, regressam à Europa.
Depois da fronteira, já em Portugal, quilómetros de terras abandonadas, quilómetros de casas fechadas, quilómetros de estradas vazias.

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

O Estojo de Agulhas de Tricot #03



Era uma vez, numa casa grande, uma familia que gostava muito de camisolas, de luvas, de gorros e meias de lã, para aconchegar-se nos dias de inverno.



Era uma vez um estojo, onde a casa grande abrigava as agulhas de tricot; um pinheiro para os alfinetes, sem esquecer a escada para a tesoura.

De linho e algodão, com o carinho da Maman Xuxudidi.

domingo, 24 de agosto de 2008

Nem tudo é branco nem tudo é preto



Na vida, "nem tudo é branco nem tudo é preto". Pessoalmente, defendo o respeito pela opinião de cada um, o que não significa que esteja de acordo com tudo o que seja expresso. Assim, penso que devemos ter uma abertura de pensamento para com outras culturas, não abdicando todavia duma análise livre examinista, rejeitando juízos apressados e simplistas.
Vem isto a propósito dum comentário relativamente à minha "tête de nègre" do passado dia 22, duma Senhora america (EUA). Os Estados Unidos da América têm a sua história, rica e pobre como todos nós, mas na qual espoliaram e dizimaram populações indias; a abolição da escravatura engendrou uma guerra civil; a população negra de origem africana, descente dos antigos escravos, não tinha direitos civicos, predominava a segregação racial nos transportes públicos, nas escolas... até há bem pouco tempo. (recorde-se Kennedy e Martin Luther King, ambos assassinados). Ainda hoje se ouve (desagradavelmente) na televisão um branco do Sul dizer que não vota em Obama simplesmente por ser ... negro e inferior. Ainda hoje existe a pena de morte em muitos Estados. Felizmente que muitos americanos não pensam assim ... mas isto são os Estados Unidos da América.

Por outro lado, na Europa Ocidental e concretamente em Portugal, aboliu-se a escravatura e a pena de morte na segunda metade do século XIX, o que não provocou nenhuma guerra civil. Em Portugal, no Brasil, Angola, Timor, Macau, Goa, etc. existem inúmeras familias euro-afro-asiáticas, há muitos séculos. Isto não siginifica que Portugal seja uma sociedade ideal. Também temos os nossos defeitos, como todos. Portanto, "nem tudo é branco nem tudo é preto".

A pega para os bules, denominada "tête de nègre" tem a sua origem no Magrebe (Norte de África - Marrocos), portanto não tem sentido apelidar-se de racista algo que vem da própria Àfrica, concebido pelos próprios africanos. Quando abordamos a incomensuravel arte africana ou euro-africana, nunca se levantou qualquer questão de racismo. Essa senhora americana deveria ler, entre milhares de tantos outros excelentes autores, os textos sobre a negritude de Léopold Senghor, Amilcar Cabal, Mandela ou Gandhi. Penso sincera e convictamente que nos devemos todos respeitar uns aos outros, independentemente das nossas culturas, nacionalidades, religiões, sexo, origens sociais ou étnicas, dentro dum espírito de Liberdade, Igualdade e Fraternidade. A nossa abertura a outras culturas, viajando por esse mundo fora, leva-nos a ser cada vez mais cidadãos do Mundo, mais Humanistas, o que não nos impede de respeitar a nossa própria cultura e a sua "praxis".

sábado, 23 de agosto de 2008

Hoje estás...

... triste?
Triste?

Ou contente?

Contente?

Perguntou a M., de manhã, antes de ir com as irmãs, para o campo de férias.

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

La Tête de Nègre

#11

É assim que se denomina esta simpática e prática pega.
No Magrebe, ela é sobretudo usada para pegar o bule sempre escaldante para beber o tradicional chá de menta.
A "tête de nègre" entrou em casa e substituiu a tradicional pega na arte de não se queimar.
A partir de hoje, tenho 11 "têtes de nègre" disponiveís.
Para qualquer informação, é só contactar-me.



C'est ainsi que s'appelle cette sympathique et pratique manique.
Dans le Magrebe, elle est surtout utilisée pour tenir en main la théière bouillante pour boire le traditionnel thé à la menthe.
La "tête de nègre" est entrée à la maison et a substitué la traditonnelle manique dans l'art de ne pas se brûler.
A partir d'aujourd'hui, j'ai 11 "têtes de nègre" disponibles.
Pour toute information, il suffit de me contacter.

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Est-ce passe-temps?



Est-ce passe-temps d'écrire
est-ce passe-temps de rêver
Cette page
était toute blanche
il y a quelques secondes
Une minute
ne s'est pas encore écoulée
Maintenant voilà qui est fait.




Jacques Prévert, Fatras,1966

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

O Saco do Pão

# 01

Ao anterior, junto agora este.
Inspirei-me baseada nesta zona rural onde resido, onde se cultivava o linho.
São os tons das fachadas de granito, o verde das matas que invadiram as antigas terras de cultivo.
Gente a ir embora, gerações perdidas, dispersas um pouco por todo o mundo como no Brasil, em França...
Gente que nunca mais voltou!
E os poucos que ficaram, ainda se querem ir embora, porque o cultivo das terras não é rentável.

A l'autre je joints celui-ci.
L'inspiration du moment s'est basée dans cette zone rurale où je réside, où le lin était autrefois cultivé.
Ce sont les tons des murs en granite, le vert des pins qui ont envahi les anciennes terres de culture.
Des gens qui partent, des générations perdues, dispersées un peu partout dans le monde comme au Brésil, en France...
Des gens qui ne sont plus jamais revenus!
Et ceux qui sont restés veulent aussi partir parce que l'agriculture n'est pas rentable.

domingo, 17 de agosto de 2008

Santa Margarida

Foi ontem e hoje.







sábado, 16 de agosto de 2008

Le Doudou

Le doudou

Três meninas em casa e cada uma com a sua mania.

Em primeiro foi a M.
Lá foi ela crescendo com um dedo na boca, discretamente, certo. Não era frequente vê-la durante o dia chupando o dedo, mas vingava-se à noite!
Eu ameaçava suavemente com piri-piri no dedo, mas nunca fui capaz. Tinha razão em ser paciente porque naturalmente foi deixando, já com os seus 8 anos bem feitos.

Em segundo foi a C.
Nada de dedinhos, mais uma coisa inestéctica na boca da criança a que se chama de chupeta.
Não sei se foi devido aos numerosos acidentes de percurso na pequena vida dela, mas era de facto um vício. Ela ia chupando, mastigando a borracha até que, numa consulta de rotina, descobrimos que estava a desformar o maxilar devido ao excercício que diariamente ela praticava.
Fomos-lhe dando responsabilidade em relação à "coisa" dela.
"Vê-la, não te esqueças da chupeta..."
Até que, numa curta estadia em Braga, ela esqueceu-se da chupeta na cama imprestada.
Com os seus dois anos e meio percebeu o sentimento de perda.
Ainda hoje, recorda do dia em que se esqueceu da chupeta. Durante anos não quisemos voltar à Braga, com medo que...
A borracha-chupeta, ela, está muito bem guardada!

Há praticamente um mês, foi a Ju.
Com seis anos em pleno, ela nunca usou o dedo, cuspiu a chupeta.
Até que o Pai Natal trouxe-lhe um boneco. Apoderou-se dele.
Foi companheiro de todas as noites, em tantos lugares, em tantas viagens...
Abraçou-o para afastar os pesadelos, para acariciar os sonhos... até que...
Há praticamente um mês, arrumamos o quarto e o "Doudou" mergulhou no cesto das bonecas, sem sabermos.
A Ju. assumiu: "já não sou um bébé!"
Mas há dias, lembrou-se dele, uma preocupação, uma agitação. Virou casaca.
Procurou, desarrumou, criou o caos para gritar "Vitória".

"Maman, tira-lhe uma foto. Vamos lavá-lo e guardá-lo."

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Amizades



Vieram passar o dia a casa.
São as amizades de outros tempos.
Amizades que sobreviveram ao tempo.
O tempo foi sinónimo de afastamento, de distanciamento.
O tempo foi a prova.

Um dia em casa.
Um passeio pelos campos, pelas matas, a saborear os pequenos prazeres que a natureza, em volta, nos oferece.
Propaganda sobre a qualidade de vida, esfregar os olhos com tão bela paisagem.

E o dia não bastou para pôr a conversa em dia!
Foram como vieram.
E até o nosso próximo encontro, o contacto virtual será o nosso tempo.

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Na Serra







Subimos à Serra do Açor.
Percorremos a Mata da Margaraça.
Molhamos os pés na Fraga da Pena.
Embriagamo-nos com os seus perfumes.
...
Um pique nique cuidadosamente organizado por elas.

Um dia que despertou todos os sentidos.

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

O estojo

Uma pausa nas Andanças, para nomeadamente acabar o novo estojo de agulhas de tricot.
Embora tenha encontrado este tecido nas minhas deambulações pelas lojas, a Retrosaria tem-o à venda.
Deu-me gozo acrescentar uns corações em ponto cruz inspirando-me nos próprios motivos do tecido.
O estojo é feito de linho e algodão.
Acolhe todo o tipo de agulhas e uma tesoura.
Ponho-o hoje à venda.
Para qualquer informações, é só contactar-me.





Une pause dans le Festival pour notamment terminer le nouvel étui des aiguilles à tricoter.
J'ai trouvé ce tissu en fouinant à droite et à gauche, mais vous pouvez le trouver aussi chez Retrosaria.
Je me suis amusée en lui ajoutant des coeurs au point de croix, m'inspirant des motifs du tissu.
L'étui est en lin et coton.
Il abrite n'importe quel type d'aiguille et une paire de ciseaux.
Je le mets aujourd'hui en vente.
Pour toute information, il suffit de me contacter.

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Até Domingo!



Deixar levar-se pelas danças e músicas do mundo.

Andanças.

Para os mais pequenos, com oficinas de qualidade, ao longo de todo o dia, num espaço próprio para eles. A minha preferência vai pela peça de teatro "tamborilando", do grupo Agorateatro para bebés, cianças e até para gente crescida!

Para os grandes... nada como ir espreitar a agenda.

O Andanças é um festival onde não se vem ver, vem-se fazer.
Tendo por base a cultura participativa, o Andanças é um festival de dança e música popular de todo o mundo, onde a aprendizagem cultural é ilimitada e transborda para outras áreas, em que quem toca e quem dança se junta para formar um colectivo que é muito mais que a mera soma das partes.


E nós voltamos là.
Neste momento, não queremos outra coisa. Até domingo, na região Dão-Lafões, muito perto de S. Pedro do Sul!

terça-feira, 5 de agosto de 2008

A sopa de cebola gratinada

Les oignons

Usamos muito a cebola, em casa.
Ontem foram recolhidas.
Hoje foram trançadas.

Em Paris, depois dum serão cultural, tal como uma boa representação teatral, as pessoas tinham por hábito cear com uma sopa de cebola gratinada.

Deixo-vos a receita, embora seja mais para noites frias.

Descascar e cortar às rondelas 500 gr. de cebola.
Deixar aloirar numa frigideira com 2 colheres de sopa rasas de gordura de pato ou de manteiga. Uma vez bem douradinhas, acrescentar uma colher de sopa de farinha e deixar engrossar.
Acrescentar 1 1/2 lt de caldo de galinha.
Temperar com 2 colheres de Herbes de Provence, sal e pimenta.
Deixar ferver lentamente durante 10 minutos.
Numa travessa funda, colocar em camadas, rondelas de pão seguido do queijo ralado e as cebolas. Colocar novamente pela mesma ordem os ingredientes.
Deitar sobre este preparado o molho, espalhar um pouco de queijo ralado e deixar gratinar no forno.

É uma delícia!
E a saudade de Paris apertando, até aquece a alma!

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Quase 10

M.

Quando foi para casa da melhor amiga passar o fim-de-semana, arranjou-se.
Pôs um lanço no cabelo, o calção e a t-shirt a condizer... um especial cuidado com as tonalidades!
Na mala, ia a saia que lhe fiz e um "débardeur".
O resto não sei muito bem. Mas acredito que levava alguns segredos para partilhar com a I. (as irmãs acabaram por me confirmar. Foram espreitar, está claro!).

Passou a argumentar com um vocabulário muito mais profundo, algo literário.

Aos 9 anos, prefere dizer que tem quase 10!

Chamam a isso pré-adolescência.