quinta-feira, 29 de abril de 2010

Grande e pequenos








É claro, não há volta a dar. O taleigo é um saco e o que se coloca dentro vai do bom senso de cada um.
Há uns pequenos que gosto de chamar minis porque existe uns grandes, muito grandes mesmo e que acabam por contrastar no tamanho. Ainda bem!
Mini porque não precisa de ser grande para levar o lanche ou os berlindes ou a bijuteria ou as conchas do mar ou o que o momento dicta.

Fiz um grande. Cabe lá dentro um pão mas também pode levar um tricot em curso, com as suas agulhas, isso porque enquanto vou estar sábado e domingo no jardim da Estrela, a Rosário vai estender a sua manta a seguir ao almoço e muitas hão-de aparecer para partilhar uma tarde de tricot.
Aparecem!

terça-feira, 27 de abril de 2010

A vassoura de milho







No dia em que viemos definitivamente morar para a nossa casa, uma vizinha ofereceu-nos uma vassoura de milho.
Recordo-me receber a vassoura nas mãos, tão espantada pela simplicidade e beleza do objecto e do gesto.
Não voltei a ver igual à minha.
As ramas foram atadas com arame, mas soube agora, passado tantos anos, que há ainda quem as faça, amarrando com vime, após ter ripado e seco a palha para as vender no Porto.
Consegui um bom punhado de milho bravo da família do sorgo (sorghum).
Foram agora semeadas. E quem sabe, talvez venha a ter uma nova vassoura para o próximo Inverno!

...

Enquanto não tricotar os respectivos pares, vou andar assim!

domingo, 25 de abril de 2010

Três datas







No seguimento das comemorações alusívas a este feriado (como foi o caso o ano passado), fomos comemorar três datas, que marcaram este dia na nossa família, na Casa da Ínsua em Penalva do Castelo.
O marco histórico é o 25 de Abril de 1974.
10 anos antes, os meus pais uniram-se.
28 anos depois fomos nós.
25 de Abril SEMPRE!





quinta-feira, 22 de abril de 2010

Silêncios





As manhãs são muito mais silenciosas que as noites.
Gosto da preguiça matinal dos campos, gosto da luz que espreita ainda muito de leve os tons da terra.
Gosto de Les contours du silence porque acentua a poesia de cada dia, em cada momento, em cada fragmento, longe do rebuliço da cidade.

...

Um novo mini-saco disponível aqui, enquanto preparo uma nova leva deles.

segunda-feira, 19 de abril de 2010

A sementeira







São 8 da manhã de domingo e apesar da chuva, paira no ar o cheiro à churrascada. Quando me vou aproximando, deparo com febras, entremeadas e frangos assados. Nas longas mesas, não se vê uma mulher, a gente rude do campo come a bucha matinal acompagnado dum tintol.
Fui à feira procurar o que as geadas deste Inverno queimaram.

A couve foi plantada, as batatas e as cenouras foram semeadas. O alho está lindo!
Falta-me plantar o que ontem adquiri na feira, outras serão semeadas mais tarde porque até à "porca de Abril"* pode ainda vir uma forte geada.





* Na gíria popular local, significa a última lua cheia de Abril.

sábado, 17 de abril de 2010

107:365



A fotografia actual foi tirada pela C., o retrato a preto e branco é da autoria de Jean Fage.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

As colmeias





Por entre as rochas, neste imenso declive que leva até à ribeira, onde d'antes eram terras cultivadas, hoje só se vê matagal.
Do Inverno rigoroso e solitário, surge agora a giesta branca. É linda e tem um grande potencial melífero.
É o mel que comemos em casa.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Quilting Bee (VII e VIII)





Acabei os quatros últimos blocos de patchwork que vou agora apressar-me em enviar pelo correio. São dois do mês passado e dois deste mês, o último mês do Quilting Bee.
No jardim, estendi os meus blocos que fui recebendo aos poucos e que vou organizar para criar a minha manta.
Segue-se agora um período de reflexão sobre estes 7 longos meses...

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Viver o jardim público





Ladeada de gente gira, tinha-me esquecido de quanto era bom viver o jardim público. O jardim encheu-se de famílias, de namorados e de amigos à procura dum pedaço de relva para saborear os raios de sol ou a sombra duma árvore para prolongados lazeres.
Vieram no sábado e voltaram no domingo, para estender a toalha e partilhar um delicioso piquenique. Não fomos os únicos (ver aqui).

A loja está actualizada, com novas trouxas Matongé.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Trouxas Matongé







A nossa passagem pela Carrasqueira anunciava o fim do nosso périplo pelo Alentejo.
Achei que era um poiso certo para apresentar a minha nova colecção de trouxas, mais complexa que no ano anterior.

Gosto de ter as mãos livres.
Não gosto de fechos adicionais mas também não gosto duma mão furtiva.
Penso ter conseguido esta pequena proeza num saco reversível (apetece-me dizer 2 em 1), todos eles feitos com tecidos africanos.
Seguram-se ora no punho, ora no ombro, consuente o tamanho.
Estarão todos expostos no próximo fim-de-semana (sábado e domingo), no Jardim da Estrela em Lisboa.
Conto convosco!





terça-feira, 6 de abril de 2010

"Diz-me o que lês, dir-te-ei quem és"



Falar dos livros é falar um pouco de mim, revelar-me de certa forma.
Devo ser bicho!
O livro é tudo para mim.
Dantes passava horas em livrarias ou alfarrabistas a folheá-los. Muitas vezes comprava por intuição, mexer-lhes, tocar-lhes, ler uns trechos. Procurar outro, voltar atrás, pegar nele mais uma vez... era praticamente um ritual.
Outras vezes procurava o livro, influenciada pela crítica literária.
Com o primeiro ordenado, um emprego de Verão, tinha então 14 anos, comprei os meus primeiros livros. Pela primeira vez e aos poucos, edificava a minha biblioteca.

A biblioteca é para mim um espaço sagrado. Representa o individuo e a sua personalidade. Embora tenhamos ainda uma biblioteca por montar em casa, é um lugar reservado, longe de qualquer tipo de olhares.

Aceito dificilmente a banalização do livro.
Devo ser antiquada!
Comprar um jornal e por mais uns tostões, ter um livro dum autor de renome... abomino!
Mas cá em casa, há quem compre. A biblioteca vai-se enchendo de livros que não foram sentidos, amados à nascênça.

Com o passar dos anos, aprendi a não emprestar livros.
Devo ser um monstro!
Por duas razões: ou porque não mos devolviam ou porque os livros são os meus apontamentos. Sublinho, anoto, escrevo.
Os marcadores são bilhetes, postais, facturas, desenhos... qualquer coisa à mão no momento.

Ainda me lembro de dar uma aula de dança cujo tema era o livro. Um projecto que queria na altura desenvolver com pessoas da 3ª idade. E lá trouxe eu o livro. Cheirámo-lo, porque gosto do cheiro deles, abrimo-lo, fechámo-lo, colocámo-lo sobre a cabeça, debaixo dos braços, subimos para cima dele, descançámos ao pé dele.

Depois, aprendi a não entrar mais em livrarias porque desde há 8 anos para cá, não as tenho perto de casa. Tenho sempre uma lista de livros por comprar quando vou à cidade, mas já não é como dantes.
Compro para as minhas filhas lerem.

Há dois meses, num encontro ocasional no Jardim da Estrela, a J. veio para me emprestar 3 livros. Não se pode dizer que nos conhecemos muito bem, mas há certamente uma forte empatia.
Senti-me incomodada, mas o seu gesto foi tão bonito.
Puz-me a olhar para os livros e a reconsiderar a minha pessoa.
Emprestarem-me três livros e ter medo de os estragar.
Emprestar e tentar ver o outro com a sua escolha.
Que experiência extraordinária!
Experiência essa que não é comparável ao livro emprestado da biblioteca.

E mais uma vez olho para mim. É o passo que ainda não consigo dar. O livro é tudo para mim.
Não consigo banalizá-lo. A prenda mais querida que me foi feita recentemente: As Mulheres do meu País de Maria Lamas, por quem sabia que eu poderia apreciar estas leituras.
... e pensar que há algumas editoras que andam a queimar livros por falta de espaço em armazém...
Devo ser danada!

domingo, 4 de abril de 2010

Passaram os "poissons d'avril"



Pensar que tínhamos tratado do assunto semanas antes, carimbando alegramente cambraia para dar vida a uns simpáticos peixinhos e que estes mesmos peixinhos seguiriam viagem connosco para que no dia 1 de Abril, à nossa moda, pudessemos divertir-nos.
Os peixinhos foram esquecidos em casa, levando connosco malas vazias de bom humor!
O feitiço virou-se contra o feiticeiro!